terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O mistério do ADN mitocondrial

Mitocôndria - Desempenha a respiração aeróbia
       O ADN mitocondrial é o ADN existente ao nível das mitocôndrias que são organelos celulares existentes em todas as células do nosso organismo. O material genético presente nestes organelos celulares difere por completo do ADN presente a nível nuclear, as principais diferenças entre estes dois são que o ADN mitocondrial não possui intrões, ao contrários dos milhões de bases possuídas  pelo ADN nuclear este possui apenas cerca de 16.500 e por ultimo possui também apenas cerca de 37 genes.
     
        Mas de onde provém este ADN mitocondrial?

         Muito ao contrário do ADN nuclear, o ADN mitocondrial não provém de uma herança Mendeliana (metade do ADN provém do progenitor macho e a outra metade da fêmea) mas provém sim de Herança unicamente materna, a esta teoria dá-se o nome de Eva Mitocondrial. Isto acontece visto que o ADN mitocondrial paterno viaja na peça intermédia do espermatozóide e aquando da fecundação existe uma fusão das membranas do Oócito II e do espermatozóide e apenas o ADN presente na cabeça do espermatozóide entra no Oócito II e fica presente no zigoto. Em raras excepções este ADN mitocondrial pode ter origem paternal. Em 1999 foi sugerido que as mitocôndrias do espermatozóide, que contêm o ADN mitocondrial paterno,  são marcadas com a proteína ubiquitina para serem seleccionadas e depois destruídas dentro do embrião. Ocasionalmente este processo biológico sofre erros que fazem com que algum deste ADN mitocondrial paterno não seja eliminado podendo assim este expressar-se posteriormente no zigoto. Estas situações geralmente acontecem em híbridos intra-espécie.     

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Homens obesos têm menos testosterona


    A testosterona é uma hormona própria do indivíduo masculino, e existem fortes indicações que a concentração plasmática desta hormona é inversamente proporcional à massa corporal de um indivíduo. Um estudo indica que a presença dessa hormona diminui naturalmente com a idade, mas que, quando um homem é obeso, em qualquer idade, verifica-se nele uma perda de testosterona semelhante à perda de um homem não obeso com 10 anos a mais.

    Em condições normais, uma pequena porção da testosterona é transformada em estradiol a qual atua do mesmo modo que a testosterona ao nível da regulação do complexo hipotálamo-hipófise. Tal fenómeno é realizado por uma enzima chamada aromatase. Quando o homem chega a um peso muito acima do normal e índice de massa corporal maior do que 40 Kg/m2, elevam-se os níveis desta enzima.


    Se há um aumento da enzima aromatase, mais testosterona será transformada em estradiol e, como esta hormona de origem feminina actua no complexo hipotálamo-hipófise do mesmo modo que a testosterona, vai ocorrer uma inibição neste complexo. Esta inibição resultará na diminuição na produção de GnRH, LH e FSH. Como sabemos, no funcionamento normal da regulação hormonal masculina, a diminuição da produção de LH resultará numa diminuição da produção de testosterona.

     Concluindo, o aumento da massa corporal resulta na produção de aromatase que, por sua vez, provoca uma diminuição dos níveis de testosterona no sangue, sendo que os homens obesos tendem a ter menos testosterona no sangue do que os homens não obesos.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A influência da testosterona na depressão nos homens



     Nos homens a libertação de testosterona afeta as funções neurológicas e comportamentais tais como o interesse sexual, agressividade, grau de emoções.
   A testosterona é um hormona de interação social é secretada em resposta a estímulos sociais como situações que despertam o interesse sexual, a hostilidade ou o humor, pois age diretamente no cérebro. 
Depressão - A doença que os homens calam. 
    A partir dos 50 anos de idade aproximadamente começa a diminuir lentamente a libertação de testosterona. Aproximadamente 20% dos homens com mais de 60 anos
de idade têm os níveis desse hormona abaixo do "normal".

    Existem algumas evidências da relação entre a queda dos níveis hormonais e o surgimento de depressão. Essas informações são derivadas de dois tipos de estudos: observação do comportamento dos homens com níveis baixos de testosterona e do tratamento dos sintomas depressivos com reposição hormonal complementar.

      O que causa as depressões no homem?
  Os neurotransmissores, como a serotonina, a norepinefrina e a dopamina, que enviam mensagens de uma célula cerebral para outra, desempenham um papel essencial. Devido a uma anomalia genética ou a outra causa, as reservas de neurotransmissores são afectadas podemos sofrer de depressão ou quaisquer outros problemas psicológicos.
     Nalguns casos de depressão moderada, segundo Laurence Katznelson, endocrinologista da Faculdade de Medicina de Harvard, a causa pode ser uma deficiência de testosterona, que pode dar sintomas clássicos como fadiga, falta de iniciativa e dificuldades sexuais.

      Se a testosterona melhora o humor, porquê não administrá-la a homens? 

    A testosterona pode estimular o crescimento de um cancro da próstata não detectado e assim deve ser administrada apenas quando indicada para o tratamento de uma deficiência real.

Níveis reduzidos de testosterona nos mais idosos pode levar?
   Os níveis reduzidos de testosterona nos mais idosos podem levar à depressão, diz uma equipa australiana. No entanto, dois especialistas portugueses dizem não ser possível estabelecer uma relação directa entre os problemas mentais e hormonais.
Os baixos níveis de testosterona no sangue constituem afinal mais do que uma ameaça ao desempenho sexual masculino.

Estudo da University of Western Australia (UWA)
    “Um estudo desenvolvido por membros da University of Western Australia (UWA) sugere que os homens com níveis reduzidos de testosterona estão mais expostos à depressão.
A equipa australiana estudou cerca de 4.000 indivíduos do sexo masculino, todos a rondar os 70 anos. De acordo com as análises e exames efectuados, todos aqueles que registaram um défice de testosterona no sangue sofriam de depressão. Concluíram ainda que os indivíduos com baixo índice de testosterona tinham três vezes mais probabilidades de vir a sofrer de depressão do que os que apresentaram níveis hormonais mais elevados.

Bibliografia:

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Tabaco põe em perigo a fertilidade masculina


        Vários estudos demonstraram que o fumo do tabaco afecta negativamente a espermatogénese, comprometendo assim a fertilidade masculina. (...) O fumo do tabaco é ainda capaz de provocar alterações nos níveis de secreções hormonais, alterando também, consequentemente, a espermatogénese.
     O que nos importa perceber são que alteraçõs existem a nível endócrino, nomeadamente a nível hipofisiário e testicular, que podem comprometer a feritilidade do homem.

Adeno-hipófise:
     Estudos indicam que o fumo do tabaco estimula a produção das gonadoestimulinas LH e FSH sendo a nicotina presente no fumo que promove esta estimulação. Em regra, quanto maior for a concentração de nicotina nos cigarros maior será a produção hormonal dos fumadores.

Feedback negativo:
     Teoricamente, segundo o sistema hipófise‐hipotálamo‐gónadas, um aumento das concentrações plasmáticas da FSH e da LH causará um aumento da concentração plasmática da testosterona. Subsequentemente, por feedback negativo, ocorreria um decréscimo da LH e da FSH. Alguns estudos indicam que certos constituintes do fumo do cigarro podem perturbar o normal funcionamento deste feedback negativo, não ocorrendo assim uma descida da concentração de LH e FSH.
     Os níveis plasmáticos de gonadoestimulinas e testosterona vão continuar a aumentar mas, após o reestabelicimento do funcionamento normal do feedback negativo do sistema hipófise-hipotálamo-gónadas, os níveis elevados de testosterona irão inibir a produção de LH e FSH e,  consequentemente, diminuirá bastante a concentração de testosterona no sangue. No final deste processo, à partida, verificar-se-á que existe menos testosterona no sangue que o normal (entre 270 a 1000 ng/dl).

Testosterona:
     Esta hormona intervém directamente na espermatogénese e é essencial na fase de crescimento e na fase de maturação onde promove a divisão das células germinativas. Sem a acção desta homona é dificultada a transformação de espermatogónias em espermatozóides.
     Deste modo podem existir espermatozóides com o dobro do material genético (2n), com dimensão muito reduzida ou até com falta de organelos aumentando a probabilidade do fumador não conseguir se reproduzir.

Infertilidade:
     É claro que tudo depende da quantidade de fumo a que um indivíduo está exposto e do período de exposição. As taxas de infertilidade relacionadas com o fumo do tabaco são desconhecidas mas é cientificamente provado que a fertilidade masculina é comprometida com o ingerimento do fumo do tabaco.
     O fumo do tabaco não afeta a fertilidade masculina apenas a nível endócrino. As substâncias tóxicas deste fumo afetam os espermatozóides a muitos outros níveis nomeadamente em alterações cromossómicas e na sua mobilidade. Alterações do volume e da densidade do esperma são também consequências. Também afeta o fluído seminal comprometendo de novo o bem-estar dos espermatozóides.
     Tudo isto contribui para que os espermatozóides dos fumadores se afastem da máxima qualidade e quantidade, e portanto aproxima os fumadores à infertilidade.

Bibliografia:

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uma breve introdução ao tema...


A Regulação Hormonal Masculina
 
    A regulação hormonal masculina difere da feminina unicamente na hormona que é segregada pelas gónadas e na maneira com que essa hormona actua no corpo.
    Nos homens, como já devem saber, as gónadas são os testículos (Orgãos responsáveis pela produção de testosterona e espermatozóides). Então que hormona é essa que é segregada pelos testículos?

A testosterona
 
    A testosterona é produzida nas células de Leydig (ou células intersticiais) que se localizam no tecido que se situa entre os túbulos seminíferos (Local dos testículos onde ocorre a espermatogénese). Estas células recebem um estímulo da gonadoestimulina luteoestimulina, produzido pela hipófise anterior, o que desencadeia a produção e segregação de testosterona.
    O aumento das concentrações de testosterona no sangue provoca uma inibição ao nível do hipotálamo e da adenohipófise. Estas, ao reagirem, segregam cada vez menos GnRH ou Factores de Libertação (Hipotálamo) e gonadoestimulinas (Adenohipófise).
     
Gonadoestimulinas     
 
    Os neurónios do Hipotálamo produzem factores de libertação (GnRH) que, pelo sistema sanguíneo, são transportados até a adenohipófise e actuam nas suas células desencadeando a produção e libertação de gonadoestimulinas (LH e FSH).
    A luteoestimulina (LH) vai actuar, como já referi, nas células de Leydig promovendo a produção de testosterona. A foliculoestimulina (FSH) vai atuar nas células de Sertoli estimulando a espermatogénese. A diminuição dos níveis plasmáticos de LH e FSH é detectado pelas células de Leydig e estas, por sua vez, vão produzir e segregar menos testosterona. Assim é estabelecido o valor de concentração de testosterona no sangue normal. Mas, quando os níveis plasmáticos atingem um valor abaixo do normal, o processo de retroação negativa repete-se e é estimulado a produção de GnRH, LH, FSH.
     Os valores das concentrações de testosterona no sangue vão sempre aumentando e diminuindo nunca afastando muito do valor normal.