“Vários estudos demonstraram que o fumo do tabaco afecta negativamente a
espermatogénese, comprometendo assim a fertilidade masculina. (...) O fumo do tabaco
é ainda capaz de provocar alterações nos
níveis de secreções hormonais, alterando também, consequentemente, a
espermatogénese.”

Adeno-hipófise:
Estudos indicam que o fumo do tabaco estimula a produção das
gonadoestimulinas LH e FSH sendo a nicotina presente no fumo que promove esta
estimulação. Em regra, quanto maior for a concentração de nicotina nos cigarros
maior será a produção hormonal dos fumadores.
Feedback
negativo:
Teoricamente, segundo o sistema hipófise‐hipotálamo‐gónadas, um aumento
das concentrações plasmáticas da FSH e da LH causará um aumento da concentração
plasmática da testosterona. Subsequentemente, por feedback negativo, ocorreria
um decréscimo da LH e da FSH. Alguns estudos indicam que certos constituintes
do fumo do cigarro podem perturbar o normal funcionamento deste feedback
negativo, não ocorrendo assim uma descida da concentração de LH e FSH.
Os níveis plasmáticos de gonadoestimulinas e testosterona vão continuar
a aumentar mas, após o reestabelicimento do funcionamento normal do feedback
negativo do sistema hipófise-hipotálamo-gónadas, os níveis elevados de
testosterona irão inibir a produção de LH e FSH e, consequentemente, diminuirá bastante a
concentração de testosterona no sangue. No final deste processo, à partida, verificar-se-á
que existe menos testosterona no sangue que o normal (entre 270 a 1000 ng/dl).
Testosterona:
Esta hormona intervém directamente na espermatogénese e é essencial na
fase de crescimento e na fase de maturação onde promove a divisão das células
germinativas. Sem a acção desta homona é dificultada a transformação de
espermatogónias em espermatozóides.
Deste modo podem existir espermatozóides com o dobro do material
genético (2n), com dimensão muito reduzida ou até com falta de organelos
aumentando a probabilidade do fumador não conseguir se reproduzir.
Infertilidade:
É claro que tudo depende da quantidade de fumo a que um indivíduo está
exposto e do período de exposição. As taxas de infertilidade relacionadas com o
fumo do tabaco são desconhecidas mas é cientificamente provado que a
fertilidade masculina é comprometida com o ingerimento do fumo do tabaco.
O fumo do tabaco não afeta a fertilidade masculina apenas a nível
endócrino. As substâncias tóxicas deste fumo afetam os espermatozóides a muitos
outros níveis nomeadamente em
alterações cromossómicas e na sua mobilidade. Alterações do volume e da
densidade do esperma são também consequências. Também afeta o fluído seminal
comprometendo de novo o bem-estar dos espermatozóides.
Tudo isto contribui para que os espermatozóides dos fumadores se afastem
da máxima qualidade e quantidade, e portanto aproxima os fumadores à
infertilidade.
Bibliografia:
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